Levar os pequenos para dormir muitas vezes pode ser uma briga principalmente após o período de férias. Isso porque eles ainda não estão acostumados com os horários e têm dificuldades em entender quando chega a hora de ir pra cama. A criação de uma rotina pode ser uma solução para diminuir o estresse de pais e mães todas as noites.
Uma das primeiras questões é se a criança deve ou não dormir com os pais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a criança durma com a mãe até o sexto mês para incentivar e facilitar a amamentação materna, mas não na mesma cama, pois existe um risco de sufocamento caso o adulto se mexa durante o sono. Depois do sexto mês o bebê já deve começar a dormir no próprio quarto. Continuar a dormir com os pais pode criar uma dependência desnecessária. “A criança não cria seus próprios meios de dormir, o que é um aprendizado dos primeiros anos de vida. Ela tem que aprender a despertar no meio da noite e voltar a dormir sozinha. Se ela dorme com um adulto, ela coloca essa companhia como algo que a ajuda a dormir”, explica Márcia Pradella Hallinan, do Núcleo Permanente de Estudos sobre o Sono da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Mesmo quando bebês, é importante reforçar o hábito de dormir à noite. A partir do quarto ou quinto mês a criança já começa a entender a diferença entre o dia e a noite de forma natural, e os pais devem estimular o sono no turno da noite. No entanto, a conhecida soneca à tarde não deve ser esquecida. Os pais não precisam se preocupar porque dormir à tarde não atrapalha o sono à noite. Pelo contrário: segundo Márcia, ele pode até ajudar a ter um sono mais tranquilo na madrugada. O importante é não forçar a criança a tirar uma soneca à tarde, apenas incentivá-la se perceberem que ela está muito cansada.
O tempo de sono também varia de criança pra criança. Segundo Márcia, a média de horas de sono por dia diminui conforme o bebê vai crescendo. No primeiro ano de vida varia entre 14 e 16 horas. Até os dois anos não deve ser menos que 10, incluindo o cochilo da tarde, e a partir dos três anos os pequenos dormem nove horas por dia.
Uma das recomendações da pediatra para evitar brigas e tornar a hora de dormir mais tranquila é a criação de um “ritual” que deve ser seguido todas as noites e, de preferência, sempre no mesmo horário. Assim, a criança se acostuma e já começa a entender. Um exemplo de dinâmica seria dar um banho, tomar um leite e contar uma história mais relaxante. Outra dica da especialista é que a criança tenha um “amigo de dormir”. “Pode ser um bichinho, um cobertor, algo que desperte o interesse sensorial, tátil. Um bicho com bolinha de isopor dentro, por exemplo. Essa manipulação distrai a criança, e ela entra no sono sem perceber. Isso a ajuda, inclusive, a voltar a dormir sozinha quando acorda no meio da noite”, explica Márcia. Também é melhor não fazer atividades que agitem muito a criança. Algumas pessoas pensam que dessa forma elas ficariam mais cansadas e propensas a dormir, mas, na verdade, o que acontece é o contrário. Os pequenos ficam inquietos e têm mais dificuldades em relaxar e pegar no sono.
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